Uma viagem espiritual

浜松大本山方広寺半僧坊 – Hamamatsu Daihozan Hōkoji Hansōbō

Entre algumas casas e pequenos restaurantes uma viela se destacava com uma grande tabuleta pendurada em postes vermelhos, apontando o caminho para o templo. Ao atravessar o percurso nos deparamos com restaurantes e lojas de produtos típicos, todos fechados e em cujas placas na entrada traziam caracteres de um japonês mais antigo e não mais praticado.

Certamente que naquele ponto já podia perceber uma mudança gritante de atmosfera em contraste com a Hamamatsu do meu dia-a-dia, apesar de ainda estar na mesma cidade. Todas as casas, lojas e restaurantes fechados me causaram forte impressão.

Bastante distantes do centro, parecia naquele momento que estávamos no interior – remoto – do Japão, cujos sons, imagens e os próprios cheiros eram bastante diferentes do fuzuê citadino. Nós “literalmente” estávamos saindo “da realidade e adentrando em espaço sagrado”, quando finalmente tivemos acesso ao pórtico de entrada do templo.

Gohyaku Rakan

A construção do Daihonzan Hokoji Hansobo data de 1371, sendo a sede de uma das escolas budistas mais importantes do Japão, a Escola Rinzai. O complexo todo é disposto em vários prédios na montanha, interligados por inúmeros caminhos no meio de antigas árvores de cedro em toda a sua extensão.

O que marca o Daihonzan Hokoji são as 500 pequenas estatuetas de pedra representando seguidores/monges do templo, o Gohyaku Rakan (五百羅漢), distribuídos em todo o território. Cada estatueta tem pouco menos de um metro de altura, com algumas “se escondendo” na vegetação por estarem cobertas de musgo, enquanto outras se misturam à paisagem completamente escondidas por arbustos, o que me lembrou no mesmo instante a animação japonesa A Viagem de Chihiro (千と千尋の神隠し)…

Victor Hugo Kebbe

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